segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pq MST nem spr fala mal... (Bonus: "Inocencia"-L.Carrol)


"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares
(Escritor português, a propósito da perda de sua Mãe, a escritora e poetisa Sophia de Mello-Breyner)

Inocência:

"Era linda a menina loura, de olhos azuis. Candura e inocência não poderiam ter melhor lugar para morar. Bem comportada e prendada, sempre pronta a ajudar.

Estranho passatempo tinha a menina de faces rosadas. Horas e horas passadas no quintal, sentada e debruçada nas escadas cor de tijolo. Perdida nos seus pensamentos, pensavam os que a rodeavam.
Mas a menina loura de olhos azuis passava tardes a fio observando os carreiros de formigas que se formavam em redor da azarada abelha morta. Era assim, uma após a outra. Começando numa tarde a observar o fenómeno que se dera espontaneamente, já era ela que o provocava. Ía até a cascata e tentava por todos os meios afogar mais uma abelha. Tentava que ficasse semi-morta para que, uma vez trazida com uns pauzinhos para a escada, onde o exército das formigas se reunia, transportando o aparente cadáver, a abelha recuperasse e lutasse pela vida, ainda que invadida e quase condenada.
Os seus olhos azuis brilhavam um pouco mais em face da violenta batalha.
Outras tantas vezes, após o longo e tortuoso caminho percorrido pelas formigas transportando a sua presa, a menina pegava na abelha e colocava-a no ponto inicial. E as formigas voltavam atrás, para voltar a percorrer o caminho novamente.

Certo dia, deu por si a pensar quem estaria a observá-la e que tipo de formiga seria ela. Seria a abelha ou seria a formiga? Não sabia. No entanto, nada disto lhe trazia menor candura(...)"

(NR:Just feel it)

terça-feira, 29 de maio de 2007

O final duma longa caminhada... A sensação dum dever praticamente cumprido...

Sentado a uma mesa dum antigo café desta que tem sido, nos últimos anos, a minha Cidade, escrevo estas linhas no intervalo de mais uma jornada de estudo intensivo, preparando aquela que, espero, virá a ser a minha última série
de exames...


Relembro todos estes (infelizmente muitos) anos de vivência académica, as Amizades que cá fiz, as que vi passar, as que ainda hoje mantenho, as intermináveis horas passadas naquelas salas, as inúmeras noites de boémia, os incontáveis convívios, as eternas Queimas das Fitas (e Latadas)... Enfim... toda uma Vida, certamente a melhor época da minha vida...


Mas reza a tradição que tudo tem um fim... Um final, não trágico, mas de esperança... Esperança numa nova Vida, a passagem da condição de Estudante à de Cidadão activo... Um novo rol de responsabilidades, de vivências, de Amizades... Mas também as preocupações, os trabalhos, a procura dum novo estilo de Vida, dum futuro...


Certo é que, antes de atingir esse patamar, ainda terei de passar por um ano de estágio... Mas não será esse um ano de transição? O ano zero desta nova fase da minha vida de que antes falei? Pelo menos, é nesses moldes que o pretendo abordar...


Enquanto vou escrevendo, ao sabor da pena, este simples (mas significativo) texto, vou recordando também as amarguras, os sofrimentos, as quimeras e os momentos de transtorno... Não foram assim tão poucos; mas, felizmente, sempre fui conseguindo superar essas dificuldades, com mais ou menos trabalho, muito por força do apoio incondicional que me foi sendo prestado...


E, por isso, neste momento de consagração, agradeço a todos quantos me acompanharam neste longo percurso, todos os momentos que me proporcionaram:
- Aos meus Pais (e em particular,com saudade, a minha Mãe), ao meu Irmão e aos meus Familiares, a confiança depositada na concretização deste tão importante objectivo....
- Aos meus professores, por tudo aquilo que me ensinaram, e pela minha emancipação intelectual, por me ensinarem a pensar, a raciocinar, e a aprender a ensinar....
- Aos meus colegas, por partilharem comigo estas horas de trabalho, estudo e convívio...
- A todos os Músicos, Maestros e directores, e aos meus alunos de Educação Musical, que comigo se renderam a esta tão nobre arte da Música, pelos dias de convívio, trabalho, ensaios, e actuações, que me tornaram social, intelectual e artisticamente mais rico, e que me permitiram passar por momentos de grandes emoções...
- Finalmente aos meus Amigos, aqueles que estiveram comigo, nos grandes momentos e nas alturas de aflição, todo o apoio que me prestaram (e me vão prestando), pela sua presença, pela sua Amizade, por tudo aquilo que para mim representam...

A todos saberei retribuir tudo o que me souberam dar, com a eterna gratidão deste (espero) futuro professor...

A todos, um grande Bem Haja...